FONTES DE ENERGIA

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Petróleo

Os 10 maiores países produtores de petróleo foram responsáveis em 2003 por 63% da produção mundial total de 1,370 bilhões de toneladas (Mt) de petróleo conforme mostra a Figura. O índice de Herfindahl modificado de 22% mostra que a competição na produção de petróleo está distante do monopólio. É interessante observar que a Venezuela é o único país da América Latina a figurar entre os 10 maiores produtores, uma vez que a AIE não considera o México como parte da América Latina. Outra observação importante é a situação da Noruega e do Canadá que, apesar  de utilizarem muito a energia hidráulica, produzem petróleo em quantidades importantes para a exportação. Na realidade, a Noruega exporta praticamente toda a sua produção de petróleo.

Esta Figura apresenta os maiores países exportadores de petróleo. Eles são responsáveis por 67% do petróleo exportado no mundo, mas o índice de Herfindahl de 24,5% mostra que a exportação de petróleo está longe do oligopólio.

Por outro lado, a Figura seguinte apresenta os maiores importadores de petróleo. Os EUA sozinhos são responsáveis por 26% do mercado importador de petróleo e, com exceção da Índia e da China, todos os países importadores são desenvolvidos. O Índice de Herfindahl de 30% na importação é superior ao dos exportadores demonstrando uma maior força de mercado por parte dos importadores do que dos exportadores.

Observa-se que os Estados Unidos da América -USA- é simultaneamente o maior consumidor, o terceiro maior produtor e o maior importador. Por isso, sua força neste mercado é preponderante.

Como o mercado importador de petróleo é mais concentrado do que o exportador, os exportadores levam desvantagem com relação aos importadores. Isto levou à criação da  Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 1960, para tentar se contrapor ao poder de mercado dos importadores de petróleo.

A OPEP é formada por 11 países em desenvolvimento produtores de petróleo e cinco deles estão na lista dos maiores exportadores com 35% da exportação mundial de petróleo. Como a venda de petróleo é fundamental para a economia desses países, eles representam uma força política não desprezível na área energética.

O índice de Herfindahl da exportação de petróleo, considerando os países da OPEP como um único produtor, sobe para 43%.

Isto significa que a OPEP realmente tem poder de mercado e suas ações não podem ser desconsideradas em nenhum planejamento estratégico na área energética.

Esta Figura mostra a produção de petróleo na América Latina. Observa-se que o Brasil já é o segundo maior produtor da região estando na frente da Argentina e atrás apenas da Venezuela.

Esta Figura apresenta a produção dos principais países da América Latina entre 1980 e 2005. Observa-se que o crescimento da produção brasileira de petróleo permaneceu durante todos esses anos e existe a possibilidade de ultrapassarmos a Venezuela em alguns anos.

Isto significa que o Brasil poderá entrar na lista dos 10 maiores produtores de petróleo num futuro próximo.

Esta Figura apresenta a produção, o consumo e a dependência externa do Brasil em relação ao petróleo. Observa-se que a dependência do petróleo externo decresceu de 100% em 1954 para praticamente 80% na década de 70. Apesar da crise do petróleo na década de 70, a dependência continuou crescendo até o início da década de 80. Isto ocorreu porque a produção de petróleo na plataforma submarina começou em 1977 com a entrada em operação de Anchova no litoral fluminense. A dependência declinou para cerca de 40%, apesar o aumento da produção, devido ao aumento do consumo e manteve-se constante entre 40% e 50% até o final da década de 90.

No final dos anos 90, a produção de petróleo no país aumentou significativamente com a entrada em operação de Marlim, Marlim Sul e Roncador no Estado do Rio.

Finalmente, em 2006 estamos comemorando a auto-suficiência, que para ser mantida continuará demandando investimentos e muito trabalho.

Esta histórica dependência externa do petróleo contribuiu para Brasil possuir poucas usinas termelétricas, mas esta situação poderá reverter-se em breve.

Entretanto, apenas a produção de petróleo não estabelece a questão da matriz energética de um país. Outro elemento de fundamental importância é o tamanho das reservas da fonte de energia.

A Figura mostra a distribuição das reservas de petróleo no mundo de acordo com os dados do Departamento de Energia dos EUA.

Observa-se a extrema concentração das reservas no Oriente Médio - 57,5%  - e apenas uma pequena parcela na América Latina -  8% . No entanto, a participação mundial das reservas do Oriente Médio diminuiu, anteriormente era 65% e a participação das reservas da América Latina aumentou  em 1%.

Desta pequena parcela da América Latina, a maior parte está na Venezuela - 75% e o Brasil vem em seguida com 10%, conforme mostra a Figura. Ou seja, as reservas atuais do Brasil representam menos de 1% das reservas mundiais de petróleo.

Apesar disso, conforme a Figura, que apresenta os países com as maiores reservas de petróleo no mundo, o Brasil representa a décima sexta  reserva e a Venezuela possui a sétima. O índice de Herfindahl, calculado a partir dessa figura, é de 32%, indicando a existência de um oligopólio de reservas de petróleo.

Atualmente, as reservas provadas brasileiras são da ordem de 11 bilhões de barris e nosso consumo encontra-se na ordem de 1,5 milhões de barris por dia. Isto significa que, mantido o mesmo consumo atual, nossas reservas  são suficientes para apenas 20 anos. Portanto, o trabalho de pesquisa de novas reservas não pode parar.

A Tabela em anexo apresenta as reservas totais brasileiras de petróleo dividas pelas diversas unidades da federação segundo dados da ANP referentes a 2006. Observa-se que 96% das reservas provadas do país estão no mar e que 89% dessas reservas encontram-se no Rio de Janeiro. O Espírito Santo possui a segunda maior reserva de petróleo com menos de 1%. Portanto, o petróleo é extremamente importante para a economia do Estado do Rio de Janeiro e, conseqüentemente, este curso não poderia deixar de aprofundar a questão da geração térmica e seu relacionamento com todas as outras formas de geração de energia elétrica.

Esta Figura  apresenta os dez maiores países geradores de energia elétrica com óleo em 2004 essa Figura os maiores geradores em 2005. Observa-se que o Japão é o país que mais gera eletricidade com óleo, mas representa apenas 12,5% da geração total. O índice de Herfindahl da geração a óleo de 21% comprova que a geração a óleo é distribuída no mundo.

Observa-se o crescimento de 3,5%  da geração a óleo entre 2004 e 2005. A Itália passou da quarta para a sexta posição devido ao aumento da geração com biodiesel e a Indonésia e Irã aparecem pela primeira vez na lista de 2005.

A razão disso é que o óleo é a fonte de energia mais facilmente comercializada no mundo e, conseqüentemente, a mais utilizada para a geração flexível.

De acordo com relatório da Agência Internacional de Energia, a geração de energia elétrica a partir do óleo é utilizada para:

  • Geração de Ponta e Intermediária;

  • Atender eventuais interrupções no suprimento de outras fontes de energia;

  • Lidar com eventuais atrasos de novas usinas;

  • Geração em sistemas isolados.

A geração total anual de 1200 TWh de energia com de óleo representa uma potência média de 137 GWmed. Isto representa mais do que a potência instalada atualmente no Brasil.

Além disso, este total de energia gerada não é desprezível porque é da mesma ordem de grandeza de toda a eletricidade gerada no Japão, o terceiro maior produtor de eletricidade do mundo.

É interessante notar que os EUA são o segundo país com maior produção de energia elétrica com óleo e que praticamente todos os maiores importadores e exportadores de petróleo estão na lista dos dez mais com geração a óleo.

A análise dos dados mais recentes, apresentados nesta figura, mostram que existe uma sobra 8 milhões de m3/ano de óleo que poderia ser utilizada para a geração de energia elétrica.a tendência continua.

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