
Economia Aplicada à Energia
A energia elétrica é um insumo básico da sociedade moderna e, como tal, está sujeita às leis de mercado.
Mas o que são essas leis e que teorias econômicas se aplicam ao insumo eletricidade?
Para responder a essas e outras perguntas, é necessário recorrer aos conceitos de Economia.
A Economia é uma ciência social que se preocupa com o uso eficiente de recursos escassos para maximizar a satisfação das necessidades econômicas. Toda a teoria econômica baseia-se na escassez de recursos, na liberdade de escolha e na racionalidade baseada no custo marginal e no benefício marginal.
No caso específico da energia elétrica, sabemos que sua disponibilidade é escassa devido às limitações das fontes de energia, devido à limitação de usinas geradoras e devido à limitação de recursos financeiros para a construção de novas usinas.
Este é um ponto extremamente importante. Limites de geração nas usinas instaladas é válido no curto prazo enquanto limitações na construção de novas usinas afeta o médio e longo prazos.
A liberdade de escolha em utilizar ou não a energia elétrica existe, apesar deste insumo ser a cada dia mais indispensável.
Finalmente, o princípio da racionalidade existe naturalmente em todos nós. Quem não gosta de economizar ou, como diria o Gérson, quem não gosta de levar vantagem em tudo.
De acordo com a teoria econômica, a racionalidade do mercado encontra seu ponto de equilíbrio quando a sociedade produz quantidades de bens e serviços de tal forma que o benefício adicional obtido com qualquer novo bem se iguala ao custo adicional de produzi-lo.
Especificamente, no caso da energia elétrica, isto significa que o preço da energia elétrica encontrará seu ponto de equilíbrio quando este preço for igual ao custo marginal de produzir uma nova unidade de energia - MWh.
Estes princípios aparentemente simples sofrem distorções na vida real por razões técnicas e/ou políticas.
Por exemplo, o poder de escolha dos consumidores de energia elétrica limita-se à decisão de utilizá-la ou não em determinado momento ou de adquirir novo aparelho elétrico. Uma nova indústria pode decidir utilizar o gás natural, o óleo combustível ou mesmo a eletricidade para produzir o calor necessário ao seu processo, mas existe um consumo de energia elétrica que não tem substitutivo.
No entanto, a liberdade de escolher o fornecedor de energia não existe como existe para outros bens e serviços devido à existência do monopólio da distribuição.
Outra distorção muito encontrada na prática é a intervenção governamental na comercialização da energia elétrica. Sempre que ela aparece, na forma de controle de preços, a conseqüência é o racionamento e/ou outras distorções.